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objetivo deste estudo foi descrever e analisar o trabalho executado por enfermeiros
emergencialistas que atuam nos serviços de urgência e emergência de um hospital público de Belo Horizonte à luz das dimensões da Síndrome de Burnout, segundo a abordagem de Maslach (1993). Para alcançar os objetivos delineados, realizou-se um estudo de caso de natureza descritiva com abordagem qualitativa, envolvendo 10 enfermeiros que atuam no serviço de urgência e emergência de um hospital público de Belo Horizonte. O instrumento utilizado para coleta de dados foi a entrevista com roteiro estruturado, adaptado para este estudo, contemplando questões sobre as particularidades sociodemográficas e os elementos constitutivos da Síndrome de Burnout, contidos no instrumento Maslach Burnout Inventory (MBI), desenvolvido por Christina Maslach e colaboradores, e as estratégias de regulação utilizadas para lidar com a exaustão laboral. As entrevistas foram realizadas por critério de acessibilidade, sendo agendadas individualmente, gravadas e posteriormente transcritas para análise. Os dados foram tratados por meio da análise de conteúdo, e a análise teve como ponto de partida as categorias de registro, definidas a priori, por meio da teoria elaborada para a pesquisa, dimensões da Síndrome de Burnout (exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional) e estratégias de regulação para lidar com a exaustão no trabalho. Quanto à Síndrome de burnout, na primeira dimensão – exaustão emocional –, observou-se grande comprometimento físico, mental e emocional do trabalhador, relacionado principalmente a sobrecarga de trabalho, acúmulo de funções e desfalque de funcionários durante o plantão. Na segunda dimensão – a despersonalização –, ficou evidenciado o desejo dos profissionais de não se envolverem com os problemas do
trabalho, na tentativa de criar um distanciamento como forma de se manterem equilibrados para o serviço e para a vida privada. Na terceira dimensão – a baixa realização pessoal ,ficou compreendido que a maioria dos entrevistados não se sentia reconhecida pelos pacientes e seus familiares, pela equipe multiprofissional e pela instituição onde atuam. Os entrevistados percebiam a profissão como subvalorizada e o desconhecimento da população em geral sobre o trabalho executado pelos enfermeiros. Considerou-se como maior motivador para continuarem na profissão a melhora do paciente, e quanto às expectativas de quando iniciaram a carreira para agora, todos afirmaram que as mesmas encontram-se bem diferentes. Os enfermeiros utilizam mecanismos de regulação individuais e coletivos para enfrentar o desgaste no trabalho, sendo os mais apontados na pesquisa a higiene mental, a desconexão do trabalho, o apoio familiar, psicoterápico e médico, o lazer e o entretenimento e fortalecimento espiritual. |
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