Abstract:
Este estudo teve por objetivo descrever e analisar a percepção dos gestores da área
de Tecnologia da Informação (TI) da Universidade Federal de Viçosa (UFV) sobre o
desenvolvimento da governança desta tecnologia, baseada no framework COBIT 5. A
metodologia utilizada neste estudo foi de caráter descritivo com abordagem
qualitativa, com o método estudo de caso. Para a coleta de dados, foi realizada a
entrevista semiestrutura, e realizou-se a análise de conteúdo por meio de tabulação,
seleção e interpretação dos dados. Os sujeitos desta pesquisa foram de acordo com
o cargo ocupado atualmente na instituição, composto pelo diretor e sete chefes de
setor, todos responsáveis pelo desenvolvimento da Governança de TI na instituição.
O modelo utilizado foi baseado no COBIT 5 (ISACA, 2012), composto por cinco
domínios: EDM (avaliar, dirigir e monitorar); APO (alinhar, planejar e organizar); BAI
(construir, adquirir e implementar); DSS (entregar, serviços e suporte); e MEA
(monitorar, avaliar e analisar). Quanto ao perfil dos gestores, preponderaram homens,
entre 35 e 48 anos de idade, analistas de TI, com mestrado e tempo, em média, de
12 anos e três meses na instituição, onde todos ocupam ou já ocuparam cargos. Os
resultados do domínio EDM que se refere à Governança de TI foram 59,38% de
concordância, corroborando o resultado da nota individual de 59,54% que a UFV
recebeu do iGovTI. Porém, ao fazer uma análise dos cinco domínios do COBIT 5,
verificou-se que a concordância dos gestores foi de baixa, quanto às ações realizadas
visando às boas práticas de TI na UFV. Os resultados indicaram vários pontos críticos,
como: alinhamento com as atividades fins da instituição, como o ensino, a pesquisa e
a extensão; ligados aos recursos humanos envolvidos nos processos aplicados no
contexto da GTI; nas atividades inerentes aos servidores e que são impactadas pela
governança; o gerenciamento de recursos humanos, mostrando a necessidade de
aperfeiçoar as capacidades humanas para atender aos objetivos corporativos
vinculados à capacitação e qualificação tanto da equipe da área técnica quanto dos
gestores; as técnicas utilizadas no desenvolvimento, manutenção e suporte de
sistemas; as mudanças ocorridas no âmbito das tecnologias da informação são
gerenciadas, administradas e monitoradas, com a finalidade de minimizar o impacto
nas atividades fins da instituição; as aquisições de TI são conciliadas com as metas e
objetivos institucionais; nos processos, sejam de TI ou não, que dependem das TICs
e se a DTI apresenta processos de mitigação de riscos, como sistemas de
redundância, recuperação de desastres, entre outros, para que as atividades fins não
sejam atingidas; aos sistemas de controles internos da instituição quanto ao
monitoramento, avaliação e verificação de sua eficácia. Mediante os resultados deste
estudo, pode-se concluir que a Governança de TI na UFV está em estágio de
maturidade. Percebe-se que não existe um alinhamento que é prescrito no PDTI com
a prática. Foram levantados vários pontos críticos em relação aos domínios do COBIT
5, o que merece atenção especial da instituição para a interação e integração dos
gestores na Governança de TI que reflete diretamente na Governança Corporativa da
universidade.